Friday, June 15, 2007

 

VILA ZELINA



Aspectos da construção da Igreja de São José na Vila Zelina:










Vila Zelina, vista da Vila Prudente:


Igreja de São José:


Rua Rio do Peixe:


Rua Rio do Peixe:


Rua Jundiapeba:


Largo de Vila Zelina:


Vila Prudente, nasceu no século XVI, quando o capitão José Gonçalves Coelho, proprietário de grande área de terras que pertenceram à João Ramalho, resolve, em 1829, vender parte delas a um negociante, João Pedroso, que as adquiriu para formação de sítios, criação de gado e cultivo de árvores frutíferas. Até então conhecidas como Caguassú, essas terras são o que hoje conhecemos como as Vilas Ema, Diva e Guarani. Adquiriu também as terras compreendidas como Baixos do Zimbaúba - Vila Zelina, Vila Bela e Jardim Independência e chegou a comprar o Alto do Embaúba - Vila Alpina, Parque São Lucas - e o Sítio Grande - Parque Santa Madalena, Fazenda da Juta, Vila Industrial e Jardim Guairaca. O primeiro loteamento de terras da Vila Prudente, em 1890. Em 21 de dezembro de 1899, Dr. Prudente de Moraes Paes de Barros visita a Villa Prudente de Moraes, tendo ficado o ex-presidente da República durante cinco horas. Talvez 400 ou 500 pessoas habitavam aquele um milhão e duzentos mil m2 de terras incultas, muitos sítios, mata serrada ao redor, muita caça a animais ainda selvagens, pássaros em abundância, lindos pomares, gado...e junto disso o progresso começava a se alastrar por entre os arvoredos, altos eucaliptos e bambús que se enfileiravam à beira das passagens por onde se ia para o centro da cidade, pelo atalho do Caminho da Mooca ou mesmo pela Estrada da Vila Prudente. Foi a partir de 1900 que tudo começou a mudar na Vila Prudente. Os Irmãos Falchi venderam a fábrica de chocolates para Carlos Pugliese, que estabeleceu no local uma tecelagem. Em 14 de dezembro de 1904 foi decretada a construção da primeira rua oficial, a Estrada de Vila Prudente, hoje, Capitão Pacheco Chaves. Finalmente, em 1908, com muito sacrifício, a Companhia de Eletricidade Light Power ligou a extensão energética no bairro. Parecia que ele começava a crescer, novos comércios foram surgindo, e em 1910, chegou a primeira linha telefônica. Como não havia transporte na região, ia-se e vinha a pé da estação de baldeamento do Ipiranga, fizesse sol ou chuva. O Bonde 32 só chegou em 1912, demorava quase uma hora para fazer o trajeto que lhe era destinado, mas foi um sucesso, já que poderia interligar os bairros com mais rapidez. Veio a guerra em 1924 e só na década de 30, o crescimento reapareceu, com a valorização das terras, a venda de algumas indústrias, como a Manufatura de Chapéus Oriente, para o grupo industrial Crespi e o surgimento de outras, como a Indústria de Louças Zappi. Em 1935, era mato mesmo, tinha cobra na porta de casas. Quando chovia o divertimento era descer pela enxurrada; o asfalto veio em 1969, na R. do Orfanato. Terras pertencentes à família Avelino, compradas na década de 40, aos poucos foram vendidas, em especial para comunidades de lituanos e italianos, que migravam para o Brasil no início do século XX - originando a Vila Zelina-, e para a prefeitura, que deu origem ao cemitério São Pedro e ao crematório de Vila Alpina, ainda hoje existentes. Só em 1950, começaram a colocar paralelepípedos na R. do Orfanato. E o encanamento por volta de 1952. Os bairros vizinhos, de tão próximos, se misturam. Os lituanos tornaram-se uma comunidade hoje presente na região. "Bicho d'água": Bicho d'água é como os descendentes de lituanos se denominam entre si. Alguns acreditam que a origem do apelido está em ser um povo que veio de outro continente, pelo mar. Outros o relacionam à fama de bons tomadores de vodka. A maioria dos lituanos entrados em 1926, 1927, 1928 foram trabalhar nas fazendas de café, algodão e cana-de-açúcar. O transporte gratuito e a propaganda feita por agentes das companhias de navegação, com promessas de que no Brasil receberiam bons salários e terras para o seu estabelecimento, foram fortes atrativos para esses imigrantes, apesar de preferirem emigrar para a América do Norte. A maioria dos lituanos vindos naquele período acabou abandonando ou fugindo das fazendas de café em busca de trabalho na indústria paulista, empolgados com as notícias que recebiam daqueles que residiam em São Paulo. Na capital tornaram-se operários em indústrias como Antártica, Cotonifício Crespi, Indústria Matarazzo, Fundição Brasil - todas na Mooca, foram ferramenteiros e mecânicos nas indústrias do ABC, principalmente na GM, costureiras, auxiliares de alfaiates, abriram bar, padaria, etc.; trabalharam, também, na construção da Estrada de Ferro Sorocabana. Naquela época, os lituanos que se concentravam na Mooca, Bom Retiro, Vila Anastácio, Vila Bela, Santo André reuniam-se na igreja Santo Antonio do Pari, onde as celebrações religiosas eram realizadas pelo padre Benediktas Sugintas. Padre Bento, como era chamado, chegou em 28 de janeiro de 1931, com 36 anos de idade, vindo a se instalar nessa igreja. Conseguiu arregimentar a comunidade para construir a primeira igreja da comunidade lituana em São Paulo, registrando em 17 de outubro de 1931, sob o número 323, no 1º Registro de Títulos e Documentos, o estatuto da Comunidade Lituana Católica Romana de São José. A chegada de famílias lituanas à Vila Zelina teve início em 1927. Nessa época, a Cia. Terrenos Vila Zelina já tinha arruado a gleba e começado a lotear os terrenos já demarcados, o que motivou a construção da igreja de São José, e em torno da qual se organizou e se manteve uma boa parcela desse grupo étnico. Em 9 de fevereiro de 1936, o padre Sugintas celebrou a última missa na capela da Escola Lituana de Vila Bela. Em seguida, os fiéis em procissão trouxeram os objetos litúrgicos e paramentos para a nova igreja. Depois do trabalho, os lituanos mais antigos e também os jovens que integravam o Clube Atlético Lituânia, reuniam-se para tocar e cantar canções da terra distante e beber uma cerveja no "Bar do Vito", de Vytautas Tijunelis, localizado na av. Zelina, n. 851, próximo à igreja. Com o falecimento de Vytautas, seu filho Fernando Tijunelis, que trabalhou com o pai desde os seus 8 anos, assumiu o negócio do pai. O bar mantém ainda os mesmos balcões de mármore e as mesmas prateleiras de madeira maciça, feitos por um imigrante lituano. Continua sendo um ponto de encontro dos homens, mas já sem a presença dos imigrantes mais velhos que foram morrendo. A maioria dos lituanos concentrou-se no mesmo espaço geográfico - o bairro da Vila Zelina -, a maioria era cátolica e freqüentava - e ainda frequenta - a igreja São José. Essa igreja exerceu um papel fundamental para a comunidade, pois tornou-se um espaço para a sociabilidade, onde mantinham seus costumes e tradições e ali também iam para saber notícias de algum parente que estava na Lituânia, ainda sob o controle da União Soviética. Talvez por esses motivos tenha se tornado uma das comunidades mais ativas, dinâmicas, unidas e preocupadas com a manutenção de sua cultura. Uma vitória da comunidade foi a criação da praça República Lituana, em 1976. Localizada em frente da igreja São José, a praça onde também foi edificado o Monumento à Liberdade, em 1982, um marco comemorativo do cinquentenário da imigração (1926-76), é uma homenagem aos imigrantes e seus descendentes. Nessa praça, realizam todos os anos um ato cívico, precedido de missa e apresentação de danças folclóricas para comemorar o dia da Lituânia, no dia 16 de fevereiro. A rua Monsenhor Pio Ragazinskas, antiga Quarena, localizada na Vila Zelina, homenageia o primeiro pároco da Igreja e a Travessa Lituânia Livre faz referência a Independência da Lituânia em 11 de março de 1991. Os problemas enfrentados por um bairro são muitos. Segundo o subprefeito Carlos Eli Gonçalves, a Vila Prudente sofre com as enchentes, em cerca de 21 áreas de risco, com pontos de inundação e risco de deslizamento, além de vários córregos; e tem aproximadamente 30 favelas. Um dos projetos em que a Subprefeitura tem se empenhado junto com a sociedade local é a implantação do Parque Ecológico em área anexa ao Crematório de Vila Alpina. Ele já foi aprovado, teve verba liberada e aguarda detalhes para sua implementação. Vale ressaltar a importância do parque para a região, uma das mais carentes de área verde da cidade. Distribuídos em 110 mil m2 de área verde, estarão à disposição da população: playground, praça, quadra poliesportiva e pequena ciclovia. Bairros do Distrito de Vila Prudente: Jd. Avelino, Pq. Vila Prudente, Quinta da Paineira, Sítio da Figueira, Vila Alpina, Vila Bela, Vila Califórnia, Vila Lúcia, Vila Prudente e Vila Zelina. Possuímos duas redes de hipermercados, além de um bom shopping, que não nos deve em nada a outros da cidade, se forem consideradas as devidas proporções. Temos uma pujança muito grande em termos de negócios, senão não viriam para cá tantos empreendimentos. Para completar esse progresso, aguardamos a chegada do metrô, à Vila Prudente. Um meio de transporte como este valoriza, permeia e traz o desenvolvimento. Fonte: Revista IN * Folha e Paulistano
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Comments:
Muito interessante! Eu tenho mais fotos da Vila Zelina aqui :)
 
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